ELA NÃO É VÍTIMA POR
SER NEGRA, ELA É VÍTIMA POR SER MULHER
A
interseccionalidade está ligada a movimentos sociais, movimentos esses formados
por mulheres negras que lutavam e lutam até hoje por seus direitos e por
empoderamento, com estudos e discussões acerca de gênero, raça e classe em
geral.
Os
debates sobre a interseccionalidade surgiram
por volta da década de 70 e 80 nos Estados Unidos durante um manifesto
denominado Black Feminism Statement (Declaração Feminista Negra) que refletiu acerca
da necessidade das
lutas, discussões e ativismos feministas sobre o assunto.
O
manifesto tinha como proposta que os sistemas separados de opressão, como eram
tratados, fossem interconectados. “Porque racismo, exploração de classe,
patriarcado e homofobia, coletivamente, moldavam a experiência de mulher negra,
a libertação das mulheres negras exigia uma resposta que abarcasse os múltiplos
sistemas de opressão. (COLLINS, 2017, p.8)”.
Mas foi somente em 1989 que o termo interseccionalidade foi de fato sistematizado
por Kimberlé Crenshaw, esses manifestos nos permite compreender
melhor as desigualdades sociais, conhecer a história das mulheres negras no
Brasil e no mundo, compreender como vem sendo construída as suas formas de resistência
ao logo do tempo e a sobreposição de opressões e discriminações existentes,
assim como também é uma forma de aprender sobre as lutas contra a dominação e
exploração das mulheres em nossa sociedade.
“Pode ser considerado como uma
ferramenta analítica importante para pensarmos sobre as relações sociais
de raça, sexo e classe, e os desafios para a adoção de políticas
públicas eficazes”.
A
violência de gênero contra as mulheres é um fenômeno mundial abordado
exaustivamente ao passar dos anos, e esses movimentos sociais ajuda a expor
todo o tipo de violência e discriminação que as mulheres enfrentam,
principalmente as mulheres negras.
É possível
perceber que as mulheres sofrem não somente por serem mulheres, mas na maioria
das vezes sofrem por serem mulheres negras e pobres.
“É um processo de descoberta que nos
alerta para o fato de que o mundo a nossa volta é
complicado, contraditório e requer nossa atenção e a
interseccionalidade serve como um “aporte teórico metodológico para
se pensar múltiplas exclusões e como de fato construir estratégias para o
enfrentamento desse paradigma” (CRENSHAW, 2002)”.
https://www.politize.com.br/interseccionalidade-o-que-e/
Valdelene: o título "Ela não é vítima por ser negra, ela é vítima por ser mulher" parece que rejeita a interseccionalidade que você bem descreveu na postagem. O tema estudado defende que o fato de uma mulher ser negra, ela é mais vitimada na sociedade machista e racista.
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