domingo, 1 de agosto de 2021

ELA NÃO É VÍTIMA POR SER NEGRA, ELA É VÍTIMA POR SER MULHER!

 


ELA NÃO É VÍTIMA POR SER NEGRA, ELA É VÍTIMA POR SER MULHER

A interseccionalidade está ligada a movimentos sociais, movimentos esses formados por mulheres negras que lutavam e lutam até hoje por seus direitos e por empoderamento, com estudos e discussões acerca de gênero, raça e classe em geral.

Os debates sobre a  interseccionalidade surgiram por volta da década de 70 e 80 nos Estados Unidos durante um manifesto denominado Black Feminism Statement (Declaração Feminista Negra) que refletiu acerca da necessidade das lutas, discussões e ativismos feministas sobre o assunto.

O manifesto tinha como proposta que os sistemas separados de opressão, como eram tratados, fossem interconectados. “Porque racismo, exploração de classe, patriarcado e homofobia, coletivamente, moldavam a experiência de mulher negra, a libertação das mulheres negras exigia uma resposta que abarcasse os múltiplos sistemas de opressão. (COLLINS, 2017, p.8)”.

Mas foi somente em 1989 que o termo interseccionalidade foi de fato sistematizado por Kimberlé Crenshaw, esses manifestos nos permite compreender melhor as desigualdades sociais, conhecer a história das mulheres negras no Brasil e no mundo, compreender como vem sendo construída as suas formas de resistência ao logo do tempo e a sobreposição de opressões e discriminações existentes, assim como também é uma forma de aprender sobre as lutas contra a dominação e exploração das mulheres em nossa sociedade.

“Pode ser considerado como uma ferramenta analítica importante para pensarmos sobre as relações sociais de raça, sexo e classe, e os desafios para a adoção de políticas públicas eficazes”.

A violência de gênero contra as mulheres é um fenômeno mundial abordado exaustivamente ao passar dos anos, e esses movimentos sociais ajuda a expor todo o tipo de violência e discriminação que as mulheres enfrentam, principalmente as mulheres negras.

         O tema violência têm sido uma das manifestações com maior visibilidade hoje, pois, ao longo dos tempos, as mulheres foram alcançando direitos, como votar e trabalhar, no entanto a violência contra as mulheres permaneceu em uma escala crescente, e independente muito da sua raça, cor ou classe social. Podemos perceber que a violência se desenvolveu de diversas formas diferentes na sociedade. No entanto, com o movimento feminista por todo o mundo, observamos o crescimento da luta contra a violência contra a mulher, o crescimento da reflexão sobre as causas e enfrentamentos.

É possível perceber que as mulheres sofrem não somente por serem mulheres, mas na maioria das vezes sofrem por serem mulheres negras e pobres.

“É um processo de descoberta que nos alerta para o fato de que o mundo a nossa volta é complicado, contraditório e requer nossa atenção e a interseccionalidade  serve como um “aporte teórico metodológico para se pensar múltiplas exclusões e como de fato construir estratégias para o enfrentamento desse paradigma” (CRENSHAW, 2002)”.

 

https://www.politize.com.br/interseccionalidade-o-que-e/









Um comentário:

  1. Valdelene: o título "Ela não é vítima por ser negra, ela é vítima por ser mulher" parece que rejeita a interseccionalidade que você bem descreveu na postagem. O tema estudado defende que o fato de uma mulher ser negra, ela é mais vitimada na sociedade machista e racista.

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