sábado, 31 de julho de 2021


A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO

“O espetáculo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. Enquanto parte da sociedade, o espetáculo concentra todo o olhar e toda a consciência. Por ser algo separado, ele e o foco do olhar iludido e da falsa consciência: a unificação que realiza não é outra coisa senão a linguagem oficial da separação generalizada.”

“Nosso tempo, sem dúvida, prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser...” (Feuerbach – Prefácio à segunda edição de A Essência do Cristianismo).

Guy Debord tem o objetivo de mostrar vários conceitos do que seja de fato o espetáculo, através de diversas comparações citadas no texto do capítulo 1, onde ele intitula como “A separação consolidada”. As metáforas que ele usa para descrever o espetáculo nos mostra que vivemos num círculo sem fim, onde a realidade se perde em meio as encenações. No entanto, ele nos mostra que o espetáculo faz parte da sociedade e de todos os seres vivos que nela habita. E ele diz: “O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediatizada por imagens”. Ou seja, tudo aquilo que você possa passar de informação para o próximo é conhecimento.

É no espetáculo onde o mundo real se transforma em simples imagens , que se tornam seres reais, que se comunicam, divulgam, mostram e disseminam o conhecimento. O espetáculo é a mesma coisa de se expor, é se colocar em situação de exposição para chamar a atenção para si mesmo. É a necessidade de se auto promover, “ele é o seu próprio produto, e ele próprio fez suas regras”.

“A própria expressão “sociedade do espetáculo” pode dar margem a interpretações equivocadas, se for entendida como o poder que as imagens exercem na sociedade contemporânea. É certo que Guy Debord, o criador do conceito de “sociedade do espetáculo”, definiu o espetáculo como o conjunto das relações sociais mediadas pelas imagens”.

Debord também deixou claro que é impossível a separação entre essas relações, relações de produção, sociais e as  de consumo de mercadorias. “A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade capitalista, quando há uma interdependência entre o processo de acúmulo de capital e o processo de acúmulo de imagens”.

”O papel desempenhado pelo marketing, sua onipresença, ilustra perfeitamente bem o que Debord quis dizer: das relações interpessoais à política, passando pelas manifestações religiosas, tudo está mercantilizado e envolvido por imagens. Mas, se a sociedade do espetáculo só pode ser compreendida dentro do contexto da sociedade capitalista, isso não quer dizer que só nessa forma de vida social ocorre a produção de espetáculos.”.

Toda a vida das sociedades em que dominam as condições modernas de produção aparece como uma imensa acumulação de espetáculos”.

As paixões já foram suficientemente interpretadas; o objetivo agora é descobrir novas paixões”.

 GUY DEBORD


No video seguir, você irá entender o conceito de sociedade do espetáculo, criado por Guy Debord (1931-1994). A grosso modo, no vídeo de 5 minutos serão abordados os seguintes assuntos: Contexto da criação do conceito, a definição e a atualidade do conceito.

O autor definiu o espetáculo como o conjunto das relações sociais mediadas pelas imagens.

Como podemos relacionar o conceito de Debord com a nossa sociedade contemporânea totalmente conectada? Tudo isso, e muito mais, você verá no vídeo a seguir gravado pela Professora Fernanda Feijó da UNESP e pela aluna Larissa Lopes da UFAL.

Sociedade do espetaculo -Prof.Fernanda





 SOCIEDADE DO ESPETÁCULO-GUY DEBORD







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