quinta-feira, 19 de agosto de 2021

RENÉ DESCARTES E HILARY PUTNAM

 

  RENÉ DESCARTES E HILARY PUTNAM


O EXPERIMENTO MENTAL DE RENÉ DESCARTES - René Descartes foi um filósofo, físico e matemático francês, nascido no ano de 1596 e falecido no ano de 1650. René foi o autor da frase: "Penso, logo existo". E é considerado o criador do pensamento cartesiano, e do sistema filosófico que deu origem à Filosofia Moderna. O pensamento do René Descartes tinha como destaque a Modernidade, ele defendia que o conhecimento era inato ao ser humano e com isso ele propôs um método dedutivo como ponto inicial. Sua preocupação era com a ordem e a clareza das coisas, Descartes propôs fazer uma filosofia que fosse verdadeira e que nunca acreditasse no falso, que fosse fundamentada somente na verdade única e exclusivamente.

         Descartes se reunia com vários filósofos para entender a ideia de cada um deles, analisando cada uma delas para que depois pudesse de alguma forma formar sua opinião. Descartes criava argumentos e defendia a sua própria opinião, uma hora concordando com as opiniões dos outros, e em outras discordando de tais opiniões, com isso René nem sempre agradava por onde ele chegava.

         René viajou o mundo para tentar entender o mundo e as pessoas, cada uma com seus pensamentos e opiniões, buscando entender com absoluta certeza todas as coisas para não errar.

         Descartes considerava verdadeiras muitas opiniões equivocadas, estabeleceu princípios que ele mesmo achou suspeito, impressivo e mal equivocado, com isso Descartes foi tentando cada vez mais com seriedade e sempre tentava de novo, sempre começava tudo novamente quando percebia que naquele momento as opiniões não erram corretas. René passou horas e dias estudando para poder começar a partir de fundamentos sólidos e duradouros, no entanto ele demorou anos para executar e formar suas opiniões e dividi-las com o mundo.

         Descartes julgava ser ainda novo e esperou certa idade para fazê-lo enquanto isso se manteve estudando, além do mais René sentia que precisava viver longe das preocupações e das pessoas, vivendo na solidão para só assim conseguir colocar as suas antigas opiniões em prática. 

    Na primeira meditação de Descartes ele começa a se dar conta de que as opiniões que ele tinha talvez fossem equivocadas e mal fundamentadas e que deveras teria opiniões muito suspeitas, daí então ele resolve tentar outra vez com seriedade, começando tudo novamente e sempre que suas opiniões pareciam erradas ou equivocadas ele parava tudo e começava outra vez. Até que ele chegou a certa idade e percebeu que não poderia esperar mais, pois já estava em idade madura e não via necessidade em aguardar que chegasse a outra idade mais avançada.

          Diz René: “Olhos, cabeça, mão e todo o resto do corpo não são coisas imaginárias e sim verdadeiras e existentes”.

          “Sou obrigado a confessar que, de todas as opiniões que no passado considerei verdadeiras, não existe nenhuma da qual hoje não possa duvidar, não por alguma falta de consideração ou imprudência, mas por razões muito fortes e refletidas”.

          Na segunda meditação Descartes acreditava que o conhecimento a respeito das verdades eram baseadas, ou melhor, adquiridas por meio da razão, sem que houvesse uma experiência sensorial para tal conhecimento. Ele estava determinado a acreditar somente naquilo que fosse provado, e por este motivo ele questionava tudo, inclusive a sua própria existência. “Um homem de bem não tem a obrigação de ter lido todos os livros. Há muitas outras coisas a fazer na vida, e o saber não depende apenas daquilo que um homem leu, mas do que viu”.

         Com isso, Descartes iniciou seus estudos quando teve duvida da sua existência, concluindo então que uma consciência clara do seu pensamento podia provar sua existência. Foi quando ele resolveu se expressar através da seguinte afirmação: “Penso, logo existo”.

         René Descartes não acreditava nas informações recebidas através de nossos sentidos, por este motivo descartou tudo que sabia, tentando de alguma forma provar com satisfação todo conhecimento e todas as informações. Ele acreditava que por meio da razão podia ser adquiridos o conhecimento sobre as verdades eternas, já que são ideias que já nascem com o ser humano, sem precisar ter a experiência para adquirir.


                        Ele afirma: “Tenho certeza de que sou uma coisa pensante”







O EXPERIMENTO DE HILARY PUTNAM - O Cérebro Numa Cuba foi citado pela primeira vez em 1981 pelo filosofo Hilary Putnam, este experimento mental nos faz refletir sobre o que questionar do que ouvimos e vemos. O experimento de Putnam era de um cérebro flutuando em um líquido dentro de uma cuba, onde este mesmo cérebro estaria sendo estimulado por um computador.

    A ideia de Putnam era fazer as pessoas perceberem um mundo inteiro ao seu redor, através deste experimento ele discutia a ideia de que um ser humano poderia se manter com o cérebro vivo, mesmo depois de ter sido retirado de si. Ele imaginava que o cérebro poderia se manter vivo, dentro de uma cuba com nutrientes que o manteria ali vivo e consciente através das terminações nervosas do cérebro. Mesmo sabendo que o cérebro numa cuba não tem órgãos sensoriais, pensava ele que o cérebro sobreviveria ali vivo e consciente de tudo que estava acontecendo.

          “O computador é tão inteligente que pode até fazer a vítima pensar que está sentada, lendo estas palavras exatas sobre a interessante, mas no fundo, absurda suposição de que existe um cientista do mal que retira o cérebro das pessoas e o coloca em uma cuba de nutrientes”.

          A história do cérebro numa cuba foi criada pelo filósofo Hilary Putnam em seu livro no ano de 1981 como já sabemos. No entanto, essa ideia veio de uma história anos antes, uma história de terror do século XVII, uma história de um gênio maligno criado pelo filósofo Francês René Descartes em sua obra no ano de 1641. 

    A ideia de Descartes era reconstruir o edifício do conhecimento humano fazendo com que fossem inabaláveis. No entanto, durante seus estudos percebeu que não podia confiar nos nossos sentidos e na confusão que era criada pelo nossos sonhos. Com isso suas dúvidas eram constantes em relação às crenças e opiniões. Ele se questionava sobre o que era real e o que não era real.

    Putnam por outro lado, tenta usar o conceito de cérebro numa cuba inspirado no gênio maligno de Descartes para tentar desafiar a nossa mente, questionando se nós conseguimos provar que não somos um cérebro vivo dentro de um tanque com nutrientes.

            E ambos nos desafiam a pensar se somos reais ou não, se vivemos realmente neste mundo ou se nosso cérebro vive em um tanque controlado por computador. Os dois filósofos nos apresentam várias questões como experimento mental mas nos deixam a dúvida do que é, e do que não é, do que existe e do que não existe. No final eles nos mostram o quanto é fascinante refletir sobre a vida e o quanto nem eles e nem nós temos certeza de nada.
“No sane person should believe that something is 'subjective' merely 
because it cannot be settled beyond controversy.” 
(“Nenhuma pessoa sã deve acreditar em algo 'subjetivo' simplesmente porque não pode ser resolvido sem controvérsia”).




REFERÊNCIAS

Hilary. Cérebro numa cuba. 1981.

DESCARTES, René. Primeira e segunda meditação. 1641.

https://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/o-cerebro-numa-cuba-532725










  



         

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